O valor da Seca e o esteriótipo a partir de São Paulo.
A HIDROMETEOROLOGIA NO NORDESTE E SUA CULTURA DE ESCASSEZ DECORRENTE DOS CICLOS DAS SECAS.
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Desde quando Pedro Álvares Cabral aportou em solo brasileiro, lá na Bahia, em pleno Porto Seguro, que o País convive com os efeitos de um fator climático permanente denominado de estiagem - falta d´água mesmo, como dizem os meninos do bairro da Torre. Somente 515 anos depois do Descobrimento é que São Paulo, a maior cidade da América do Sul, passou a sentir na pele a força deste grave problema, cuja solução Israel, Estados Unidos, etc resolveram no Século passado.
A grave realidade de São Paulo toma contornos mais expressivos porque, a partir desta experiência danosa, é que certamente os Paulistanos devem rever seus conceitos sobre os efeitos da Seca tão mal interpretados ao longo destes 515 anos de Brasil quando se tratava exclusivamente de estiagem no Nordeste brasileiro.
É certo que a realidade desta fase contemporânea em São Paulo é fruto muito mais de incompetência dos gestores públicos na administração dos recursos hidricos, em especial os últimos anos sequenciados entre José Serra, Geraldo Alckmin, etc, do que qualquer outra coisa, embora por ser abordagem política a mera citação dos Lideres Políticos deve ensejar interpretação partidária, o que em absoluto existe neste exame de triste contexto social.
Seca no Nordeste: problema secular a exigir solução.
Repetimos: no caso do Nordeste, ao longo dos 515 anos nossa elite política manteve sem dar as devidas soluções para atenuar e/ou resolver o problema. Desde os tempos de Coroa, Império, Monarquia, etc, que já se falava desta grave situação mas sem efetiva política solucionadora.
Na realidade de agora de São Paulo, é indispensável atestar que todo o drama é efeito exclusivamente da má gestão dos recursos hidricos, pois há anos que instituições previam e alertavam os vários Governos do Estado, mas estes fizeram de rogados, por isso deu no que deu. Por miopia e arrogância política, sobretudo depois da fase do Governo do PT, as gestões tucanas não quiseram diálogo e partilha de responsabilidades com o Governo Federal - algo que somente agora se dá, daí as causas e efeitos conhecidos.
SECA NO NORDESTE: REALIDADE E ESTERIÓTIPOS
Em todo litoral do NE, com Salvador, a pujança
Desde que o Brasil é Brasil há um sentimento distorcido sobre a Seca no Nordeste, responsável que foi pela dizimação de milhares de pessoas em face dos efeitos de longas estiagens no semi-árido da região caricaturando a figura heróica do sertanejo de forma jocosa - até gerando no Centro - Sul o esteriótipo do Nordestino a partir deste bravo personagem de cabeça chata, chapéu de couro, rostos cheios de rugas e o chão esturricado com restos de gado morto pelo sol e a falta d´água.
É daí, da falta de informação sobre o significado da faixa litorânea do Maranhão à Bahia, onde em 100 Km da Beira-mar à Zona da Mata estão verdadeiras metrópoles formando gerações de intelectuais e gente de valor na Economia, Política, Cultura, Ciência, etc, que o Centro - Sul ignora a potencialidade do Nordeste, pois só se fixa na imagem do Semi-árido castigado pela Seca. O Nordeste é muito mais do que isso.
Nordeste:
várias regiões, incluindo Litoral
Trocando em miúdos, o rico Nordeste brasileiro sempre foi taxado como responsável pelas crises econômicas em face de "ajudas" assistencialistas, e não estruturantes, à estiagem e aos sertanejos afetados pelas Secas, mas certamente que a partir da realidade atual de São Paulo é muito provável que nossos irmãos Sudestinos compreendam a importância de se investir em recursos hidricos para evitar êxodos, inchaços metropolitanos,e assim logo passem a entender melhor a diferença entre Seca e Litoral pujante - dois fatores reais na vida dos Nordestinos.
Por fim, como é incontestável a necessidade urgente de se adotar obras estruturantes para a gestão dos recursos hidricos em São Paulo, há de se registrar o fato de que até o próximo ano, o Nordeste passará a conviver com os efeitos da fenomenal Transposição do Rio São Francisco, na verdade a revitalização, com dois Eixos que hão de resolver boa parte do drama da seca em 4 dos 9 Estados nordestinos, fruto de antiga luta pensada por Aluizio Alves, encaminhada por Ciro Gomes, implementada por Lula e em fase de conclusão com Dilma.
Transposição do São Francisco: solução real
Muito do que se diz sobre o Sertanejo e o Nordeste deve mudar de figura quando a água do São Francisco estiver irrigando terras e mentes formando novo esteriótipo do sertanejo Nordestino, posto que o Nordestino da faixa litorânea já convive com modelos de Urbes top, igual ao de Países avançados no Mundo.
Tudo, enfim, passa a ser diferente a partir da dura e má experiência vivida por São Paulo com a estiagem e falta de água em suas torneiras.
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