domingo, 18 de maio de 2008

O OUTRO LADO DO AQUECIMENTO GLOBALIII







Na primeira parte desta série questionamos a forma como as informações científicas são divulgadas e os interesses envolvidos em determinados assuntos.


Nesta segunda parte iremos mostrar uma série de imagens disponibilizadas pela Nasa no
Goddard Space Flight Center cujos cientistas monitoram dados colhidos anualmente sobre a temperatura global.


Segundo a NASA, a Terra passa pelo período mais quente entre duas Eras Glaciais, o que dura aproximadamente 12.000 anos. Oito dos anos mais quentes registrados se deram na última década. 2005 foi o ano mais quente e 2007 empatou com 1998 em segundo lugar.



As imagens utilizam a seguinte escala de cores, onde quanto mais azul mais frio e quanto mais vermelho, mais quente:



1880 a 1884 - Antes ainda da invenção do motor a explosão, grandes áreas de aquecimento aparecem sobre o Estreito de Behring e parte da Sibéria, regiões praticamente desabitadas. Enquanto isso, grande área de esfriamente se estende do Canada ao Leste da Europa, mostrando que o Ártico é capaz de abrigar grandes variações de temperatura. Área de aquecimento já é vista na Antártida totalmente desabitada.


1886 a 1890 - Apenas 2 anos após os registros acima o Ártico sofre grande resfriamento. Inicia-se uma área de aquecimento no Atlântico Norte, entre a Europa e o Canada, que perdurará por décadas. Permanece a mesma área de aquecimento na Antártida que também durará por mais de 50 anos. O Sul da África sofre considerável esfriamento.



1896 a 1900 - Aumenta o esfriamento no Ártico enquanto retorna o aquecimento siberiano. Interessante "mancha" de esfriamento ao Norte da América do Sul (Venezuela/Colômbia) bem como o cinturão de aquecimento no Pacífico Equatorial característico do fenômeno "El Niño". O esfriamento ao Sul da África se transforma em aquecimento em apenas 6 anos.


fenômeno "El Niño". O esfriamento ao Sul da África se transforma em aquecimento em apenas 6 anos.



1906 a 1910 - Esfriamento global. Pequenas áreas de aquecimento no Ártico. O Sul da América do Sul, antes aquecido, torna a esfriar. Persistem as áreas de aquecimento na Antártida e no Atlântico Norte.



1916 a 1920 - Ainda um esfriamento global com excessão do aquecimento siberiano que se estende além dos Himalaias. A área fria no Norte da América do Sul persiste por 25 anos.



1926 a 1930 - Súbito aquecimento do Ártico, principalmente sobre a Groenlandia. Significativo aquecimento da floresta equatorial africana. Grande esfriamento na Antártida convivendo com a área de aquecimento ao lado, demonstrando variações anômalas de temperatura nos Pólos. Se expande o "El Niño" no Pacífico.



1936 a 1940 - O aquecimento do Ártico se espalha por todo o Pólo Norte, quase que aos mesmos níveis registrados atualmente, descendo até os EUA. Áres de aquecimento no Brasil já duram 10 anos. Diminui o aquecimento na África Equatorial.




1946 a 1950 - Leve diminuição no aquecimento do Ártico. Diminuição também no aquecimento no Brasil e EUA. Grandes áreas de resfriamento na Antártida, desaparecendo a área de aquecimento que se mantinha imutável desde 1880.



1956 a 1960 - Um período de relativa estabilidade, apesar de continuar um leve aquecimento no Hemisfério Norte. Diminui o esfriamento na Antártida.


1966 a 1970 - Apesar de não haverem grandes oscilações de temperatura, nota-se uma inversão de tendência entre os Pólos, com o esfriamento do Ártico e o aquecimento da Antártida.




1976 a 1980 - Permanece certo equilíbrio apesar da área de aquecimento no Alaska e Oeste do Canada. Novo "El Niño" aparente no Pacífico



1986 a 1990 - Inicia-se um período de aquecimento global com áreas de aquecimento por quase todo o globo terrestre, principalmente sobre o Canada e a Sibéria e parte da Antártida.



1996 a 2000 - Aumentam as variações de temperatura por toda a Terra, apesar do esfriamento do Pólo Sul. Grande área de aquecimento antártico ao Sul da América do Sul.




2003 a 2007 - Enorme variação de temperatura aquecendo o Hemisfério Norte, notadamente o Pólo Norte e áreas subjacentes. Área de esfriamento notada na Antártida ao lado da já existente área de aquecimento. Significativo aquecimento dos oceanos de modo global. Reparem na diferença de gradientes de aquecimento entre um Hemisfério e outro.

Demonstrado isso, cabem agora algumas considerações:

1) Não me perguntem como foram coletados os primeiros dados relativos ao século XIX e início do XX. Certamente não haviam satélites ou estações metereológicas computadorizadas espalhadas pela Terra, mas já haviam algumas coletas de condições climáticas esparsas. Além disso, a Paleoclimatologia, ciência relativamente nova, é capaz de extrapolar e pesquisar condições climáticas de séculos ou milênios atrás através de técnicas como análise de camadas de gelo, troncos de árvores, camadas geológicas e outros métodos;

2) A série histórica apresentada é pequena (pouco mais de 120 anos) se considerarmos que períodos interglaciais duram 12.000 anos. Mesmo assim, já é possível se entender que grandes variações de temperatura podem ocorrer em determinadas áreas em apenas poucos anos, tanto para o aquecimento quanto para o resfriamento;

3) A grande questão: a influência humana no aquecimento global. Pelo que se depende desses dados, não se pode de maneira alguma afirmar que a atividade humana no planeta influencia direta e fortemente nas mudanças de temperatura globais;

3.1) Em 1880, quando nem o motor a explosão havia sido inventado, já havia enorme área de aquecimento no Ártico;

3.2) De 1936 a 1940 houve um aquecimento no Pólo Norte comparável com o atual, antes de bombas atômicas e da 2ª Guerra Mundial;

3.3) O fenômeno "El Niño" é registrado desde
1877 não tendo, portanto, relação com desmatamentos na Amazônia;

3.4) O período de 1950 a 1980 foi de relativa estabilidade climática apesar de bombas atômicas, usinas nucleares e termoelétricas, crescimento industrial, aumento do desflorestamento e do uso de automóveis e outras atividades danosas ao ecossistema;

Assim, basear as previsões de "Fim do Mundo" em apenas 20 anos de alterações de temperatura é, no mínimo, alarmismo. É óbvio que a atividade humana sobre o planeta gera distúrbios ecológicos localizados e quiçá globais, mas a magnitude desses efeitos bem como sua irreversibilidade ainda não foram suficientemente estudados nem os argumentos catastróficos se sustentam diante de uma análise fria dos fatos históricos.

Novamente fica a pergunta: A quem interessa tanto alarmismo?


( Search for Intelligent Life in Internet (Busca por Vida Inteligente na Internet).



















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